A Unidade Prisional do Puraquequara, na zona leste da capital, é a prisão criada especificamente para presidiários com antecedentes criminais.
O alto número de presidiários com antecedentes criminais faz o Amazonas ter um presídio exclusivo para abrigar presos que já tenham sido condenados por outros crimes. Até o mês de junho, havia 632 detentos reincidentes, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), divulgado pelo sistema de informação E-Siga.
A Unidade Prisional do Puraquequara, na zona leste da capital, é a prisão criada especificamente para presidiários com antecedentes criminais, informou o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), coronel Bernardo Encarnação. “A decisão de criar uma unidade para presos que já tenham sido condenados foi motivada para evitar o contato deles com presos ditos ‘novatos’, o que poderia provocar troca de informações”, explicou.
O presídio do Puraquequara foi inaugurado em 2002, com capacidade para 614 detentos. Hoje, o número de reincidentes já ultrapassa a capacidade da unidade prisional.
Segundo o coronel, o numero de presos que já cometeram crimes pode chegar a quase 1,8 mil no Estado. “Oficialmente são considerados presos com antecedentes criminais apenas aqueles que tenham sido julgados e condenados pela Justiça”, explicou.
De acordo com Encarnação, há muitos presos que ainda estão com processos tramitando na justiça por outros crimes. “Se levarmos em conta o número de presos que ainda não foram julgados, este índice chega a 30% do total de presidiários”, avaliou.
Nos últimos dois anos o número de presos com antecedentes criminais cresceu 96,9% em todo o Estado. Em junho de 2009, havia 321 presidiários reincidentes. No ano seguinte este número saltou para 525, atingindo 632 presos em junho de 2011.
No mesmo período, o índice de presos no Estado cresceu 40%, passando de 4.330, em junho de 2009, para 6.070, em junho deste ano.
Segundo o coronel Encarnação, crimes de tráfico de drogas e roubo lideram os casos de reincidência nos presídios do Amazonas.
Para ele, a ilusão do dinheiro fácil e a falta de oportunidade são alguns dos motivos da reincidência prisional. “A maior parte dos presos possui baixa escolaridade, o que dificulta na hora de procurar emprego”, opinou.
O titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), Orlando Amaral, avalia que a discriminação contra ex-detentos é um dos fatores que levam os presos voltarem a praticar roubos. “Quando eles vão atrás de empregos e os empregados puxam a ficha deles, são logo dispensados quando descobrem que se trata de ex-presidiários”, frisou o delegado.
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