quarta-feira, 2 de março de 2011

Carnaval e mortes, a serpentina está proibida em algumas cidades de MG

Serpentina é proibida no Sul

As prefeituras de Poços de Caldas, Muzambinho, Cabo Verde e Bandeira do Sul, no Sul de Minas, anunciaram ontem que não vão aceitar mais a venda de serpentinas metalizadas no comércio local.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar ainda avaliam a possibilidade de estender a proibição a pelo menos outras seis cidades da região.


O material é o mesmo que provocou, de acordo com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o curto-circuito na rede de alta tensão que levou à morte de 15 pessoas durante o pré-Carnaval de Bandeira do Sul, na tarde do último domingo.

A medida começa a valer ainda hoje em Poços de Caldas e Bandeira do Sul, onde os prefeitos já assinaram decretos determinando a proibição da comercialização, da distribuição e do uso da serpentina.

A decisão das prefeituras se baseou numa análise feita por técnicos e engenheiros elétricos do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas (DME), que detectaram o perigo da utilização da serpentina metalizada próximo à rede elétrica e em locais fechados.

As duas embalagens do material encontradas pela polícia no trio elétrico envolvido no acidente trazem um alerta sobre o risco, mas em inglês. "Ficou comprovado que esse tipo de produto é realmente um condutor de energia. Além disso, ele apresenta perigo igual ou maior em ambientes fechados", afirmou o prefeito de Poços de Caldas, Paulo César Silva.

O estudo apontou ainda a existência de três tipos de serpentina metalizada no mercado, com variados sistemas de propulsão. Eles são acionados com ar comprimido, pólvora ou espoleta, materiais inflamáveis que oferecem perigo também quando utilizados em ambientes fechados ou próximo a fontes de calor.

O produto tem outra contraindicação, segundo o estudo dos técnicos do DME: em locais com alta umidade do ar, o isolamento elétrico é menor, o que potencializa a condução de energia. Segundo o prefeito de Poços de Caldas, a medida foi necessária para evitar novos acidentes. "Temos tradição em Carnaval e precisamos preservar nossos turistas e moradores", declarou.

Feridos. A polícia informou que uma das vítimas, que chegou a ser contabilizada entre os mortos, está, na verdade, internada. Karoline Figueiredo Alves Franco, 14, sofreu uma parada cardíaca e foi encaminhada em estado grave para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Poços de Caldas.

O auxiliar de produção Diego Rodrigues do Prado, 24, recebeu alta ontem. Ele disse não se lembrar do que aconteceu. "Foi tudo muito rápido. Desmaiei e já acordei no hospital", contou.
Uma das vítimas, o jovem Augusto Siqueira comemorou o aniversário de 17 anos no quarto do hospital. "Eu estava a uns 5 m do trio na hora do acidente", conta o adolescente, que teve 30% do corpo queimado.

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