quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Atividade de inteligência qual a sua importância?

Cada vez mais a atividade de Inteligência é discutida, estudada e aplicada no mundo atual. Na realidade ela existe desde os tempos bíblicos, quando Moisés enviou espiões para lhe trazer dados sobre o que poderia ser a "terra prometida". Também, não dá para imaginar os romanos mantendo o seu império sem dados pertinentes e confiáveis, muito menos os exploradores portugueses sem os conhecimentos da Escola de Sagres.

O fato é que nas últimas duas décadas, o número de informações cresceu mais do que nos últimos 5 mil anos. O homem sempre pesquisa dados e informações e procura segurança no seu dia-a-dia. Guardem esta idéia.

A atividade de Inteligência no Brasil tem início no governo democrático do presidente Washington Luís, que instituiu em 1927 o Conselho de Defesa Nacional. O objetivo era suprir o executivo com informações estratégicas. Desde então vários órgãos se sucederam, acompanhando a conjuntura nacional e internacional. Em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, assim como as principais agencias do mundo, foi criado o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações - SFICI, vinculado à estrutura do Conselho de Segurança Nacional. No final da década de 1950, o SFICI consolidou-se como principal instrumento de informação do Estado brasileiro. Seria sucedido pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Hoje a atividade de Inteligencia de Estado é exercida pela Agencia Brasileira de Inteligencia (ABIN).

2. DESENVOLVIMENTO
Existem muitas discussões a respeito da denominação de Inteligência ou de informações. No Brasil buscou-se a tradução de intelligence, o que não agradou a todos. Conforme especialistas, Portugal continuou com o termo em inglês, por não concordar que a sua tradução mantinha a mesma idéia. Ficaremos com o que disse Sherman Kent, que Inteligência significa a organização (CIA, ABIN, etc.), o conhecimento como produto(Informe, Informação, Apreciação e Estimativa, etc.) e a atividade como processo(ciclo da produção, medidas de proteção, etc.).

Segundo a ABIN, quando se trata de produção de conhecimentos voltados para a segurança do Estado e da sociedade, é consagrado o uso do termo "Inteligência". No entanto, hoje ele é muito mais amplo. Na realidade, esse já é um conceito em consolidação no Brasil.

A Inteligência deve coletar os dados e produzir conhecimentos necessários, relatando-os a quem couber decidir, que os avaliará e integrará aos outros fatores necessários à decisão ou ao planejamento estratégico da organização. Bem, é claro que antes de transmitir conhecimentos aos dirigentes, um órgão de Inteligência deve determinar o valor, a veracidade e a importância dos dados colhidos.

A Inteligência se desenvolveu nas guerras, particularmente, na Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. Nas últimas décadas, surgiram diversas denominações, tais como: Business Intelligence, Inteligência Organizacional, Inteligência de Estado, Inteligência Militar, Inteligência de Segurança Pública, Tecnologia da Informação, Inteligência de Compras, Inteligência Competitiva, Inteligência Empresarial, etc. Porém, tudo é uma adaptação da atividade de Inteligência "clássica" à atividade de Inteligência específica.

No entanto, faz-se necessário diferenciar o que é um processo científico e metodológico de produzir um conhecimento de Inteligência e uma sofisticada ferramenta de coleta e armazenamento de dados. Também, há necessidade de uma uniformidade de definições para que todos falem a mesma língua e facilite a comunicação e a troca de dados tão importante para a Inteligência. Atualmente, discute-se uma consolidação doutrinária no âmbito do SISBIN.

Sobre a necessidade de um consenso terminológico na área de Inteligência, a professora Elaine Coutinho Marcial ressaltou essa precisão em recente dissertação com o título: "Utilização de modelo multivariado para identificação dos elementos-chave que compõem sistemas de inteligência competitiva". Inclusive, ressaltou a carência de fundamentação teórica comprovada cientificamente.

Porém, tanto a metodologia científica para a produção de conhecimentos, quanto às ferramentas de coleta de dados são importantes dentro do processo, mas uma coisa é certa: um software é considerado inteligente por coletar dados, cruzá-los, compará-los, selecioná-los, mas nunca fará Inteligência, pois lhe faltam intuição, bom senso e experiência. Não sabe fazer a interpretação. O programa não diz o que fazer na hora certa, no momento apropriado, para que se possa tomar a decisão correta, ou seja, que fará a diferença. Por exemplo, após dados serem cruzados por softwares inteligentes, foi verificado que havia uma proporcionalidade no aumento de compras de fraldas e de cervejas. É o analista que sugere que os produtos devem estar mais próximos porque, provavelmente, são os homens que estão comprando as fraldas.

Além disso, não faz o acompanhamento da conjuntura, não possui relacionamentos com especialistas, não faz análise e síntese, muito menos o que deve ser protegido e como será feito. Isso quem faz é o homem. Assim, pode-se definir a atividade de Inteligência como sendo especializada, permanentemente exercida, com o objetivo de produzir conhecimentos de interesse da instituição / organização e a sua salvaguarda contra ações adversas.

Fazer Inteligência não é coisa de "inteligentes". Aliás, é sempre confundida com a atividade cognitiva. Não é adivinhação ou contar o que já aconteceu. Precisa ter intuição, gostar e ter competência, traduzida em conhecimento, fruto de cursos e estágios, habilidade decorrente da experiência e atitude pró-ativa, com transparência e imparcialidade. Em síntese, precisa ter aptidão e sertécnico.

A fim de um melhor entendimento, a Inteligência é uma ferramenta de suporte à estratégia, porque realiza o monitoramento de forma contínua e sistemática, analisando as situações sob o enfoque social, político, econômico, tecnológico e militar, particularmente, na fase diagnóstica, buscando um planejamento mais eficaz que possa diminuir as incertezas para as decisões a longo prazo.

Bem, há necessidade de definirmos algumas coisas. No linguajar acadêmico dado é a informação em "estado bruto", ou seja, não submetida à análise, síntese e interpretação. A informação já é submetida a algum trabalho de análise e interpretação. O conhecimento passa a ser dados e informações já submetidos à análise, síntese e interpretação necessários para a tomada de decisões.É o algo mais, ou seja, o e daí?

Na realidade, oque os chefes necessitam para apoiar a tomada de decisão é de Inteligência e não de informação, pois o método para a produção de conhecimentos é o conjunto sistematizado de procedimentos realizados pelo analista, fundamentados na metodologia científica e no pensamento lógico, visando produzir um conhecimento objetivo, preciso e oportuno. As organizações que conseguem transformar dados e informações em Inteligência, e os protege da ação adversa, são as que ganham a competição. Isso é a síntese da Inteligência Competitiva.

Cabe à Inteligência identificar as ameaças e oportunidades no ambiente externo e as vulnerabilidades no ambiente interno da organização. As ameaças são atores, movidos por alguma razão, que realizam ações hostis com a possibilidade de comprometer a segurança dos recursos humanos, das informações, do material e das áreas e instalações por intermédio das vulnerabilidades. Essas ameaças, normalmente, aproveitam o relaxamento de pessoas responsáveis pela salvaguarda de dados e conhecimentos, de ações violentas geradas, ou não, por terceiros e dos efeitos lesivos dos acidentes naturais ou sinistros.

O fato é que o mundo mudou, a produção do conhecimento se tornou cada vez mais importante, exigindo do indivíduo e da organização ações voltadas para a antecipação e prevenção. Tornou-se um elemento estratégico e sua gestão e utilização para produção de Inteligência é elemento básico para o desenvolvimento estratégico das organizações, contribuindo para que a organização responda mais rapidamente às ameaças e oportunidades. Chefes tomam decisões muitas vezes errôneas e equivocadas, com consequente prejuízo, por falta de informações seguras.

A atividade de Inteligência é dividida no ramo Inteligência e no ramo Contrainteligência. O Decreto 4.376/2002, que regulamentou a Lei 9.883/1999 que criou o SISBIN, define Inteligência como a atividade de obtenção e análise de dados e informações e de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

O mesmo Decreto define Contrainteligência (CI) como a atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteligência adversa e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações e conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem com o das áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem (art. 3°, do Decreto 4.376/2002).

Cabe lembrar que a atividade de Inteligência deve ser desenvolvida, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com irrestrita observância dos direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado (Parágrafo Único do art. 3º da Lei 9.883/1999).

Bem, alguns conhecimentos de Inteligência possuem uma visão prospectiva. Uma das técnicas empregadas é a construção de cenários. Segundo Oscar Motomura (2008), a busca de resultados no curto prazo, comprometendo o futuro, não é absolutamente inteligente. Ainda, o mesmo autor (2003) diz que cenários são como sondas para o futuro. O seu valor está em sensibilizar os executivos para possibilidades que eles dificilmente perceberiam de outra forma. Reduzem as chances de surpresas indesejáveis e capacitam os executivos a tomar melhores decisões, em melhor timing.

"Nas próximas décadas, enfrentaremos surpresas inevitáveis nas esferas econômica, política e social. Cada uma delas modificará as regras do jogo tal qual praticado hoje. Todas estarão interligadas. Entender essas surpresas inevitáveis em nosso futuro é essencial para as decisões que devemos tomar no presente – não importando se somos líderes, executivos, governantes ou simplesmente indivíduos que se preocupam com suas famílias e sua comunidade". Peter Schwartz – Cenários. As Surpresas Inevitáveis.

Os cenários têm o propósito de apresentar uma "imagemsignificativadefuturosprováveis", em horizontes de tempo diversos. Podem projetar a organização em um ambiente daqui a alguns anos. Também, projetam formas de alterar essa imagem, visando assegurar um posicionamento mais favorável da empresa no futuro. É importante a distinção entre cenários e previsões. Estas não passam de simples extrapolações de tendências. A máquina pode fazer. Cenários são sistemas complexos, que buscam revelar sinais precoces de alterações do futuro. Utiliza, principalmente, a opinião de especialistas e pessoas de notório saber. O software pode ser usado como uma ferramenta.

Porém, muitas vezes, buscam-se resultados mais imediatos e a atividade de Inteligência produz um conhecimento com espaço temporal de até seis meses, onde o analista pode apresentar opiniões em sua conclusão.

Com o intuito de melhor entendimento, a CI é dividida em dois segmentos distintos, segundo a especificidade como Segurança Orgânica ou Corporativa e como Segurança Ativa. A primeira de caráter geral, e adotada por todos os integrantes da organização, aplica medidas preventivas de segurança aos recursos humanos, a informação, ao material e as áreas e instalações. A segunda, preditiva, requer pessoal e meios especializados por tratar com medidas destinadas a detectar, identificar, avaliar, explorar e neutralizar atos hostis de espionagem, terrorismo, sabotagem e ações psicológicas.

A proteção dos ativos é de fundamental importância para a vida de uma organização. Ela pode ter adquirido as melhores tecnologias de segurança, preparado seu pessoal muito bem para executar medidas de segurança e pode ter a melhor guarda para proteger as suas instalações. Mesmo assim ainda estará vulnerável. Isso porque, apesar de ser o mais importante, o fator humano é o elo mais fraco da segurança. É preciso criar uma mentalidade, incorporar a idéia, pois ainformação privilegiada possui tanto valor que a hipótese de tê-la transforma o seu possuidor em um alvo altamente compensador. Assim, segurança precisa de conscientização, treinamento e educação. Traz resultados imediatos.

O desconhecimento sobre CI faz com que empresários, líderes, cientistas e pesquisadores deixem de conhecer mais uma  forma   de  proteção  de  seus  conhecimentos  e  ativos e até  mesmo  da  própria integridade  física  contra  atos  de violência, sabotagem, espionagem e terrorismo, que existem de fato e são divulgados todos os dias.

Conforme ressalta Sanford Strong (2000) em sua obra "Defenda-se: um manual de sobrevivência contra a violência urbana", os sociólogos especializados em avaliar as tendências no campo criminal são claros em suas previsões: "Nos próximos anos, os criminosos vão ser mais jovens e mais insensíveis do que hoje. Os crimes que testemunhamos até aqui são leves, em comparação com a onda de violência esperada".

Nesse contexto, cresce cada vez mais os crimes cibernéticos.Neste caso podemos citar o recente fato do Virus STUXNET e o IRAN, Segundo a mídia, os computadores brasileiros estão entre os mais infectados do mundo por programas que roubam senhas e vírus que destroem arquivos. Isso não só porque é mais fácil e menos arriscado, mas também porque o uso disseminado de programas piratas torna os computadores mais vulneráveis a ataques, já que, ao contrário dos programas legais, não são atualizados pelos fabricantes à medida que os criminosos inventam novas formas de infiltração.
O presidente Barack Obama reforçou a segurança virtual dos Estados Unidos. Ele anunciou em Washington a criação da agência federal de prevenção de ataques contra redes de computadores do governo e de empresas. "De agora em diante, as redes e os computadores do qual dependemos todos os dias serão tratados como deveriam: como recurso nacional estratégico", afirmou Obama.

Vivemos novos tempos e uma nova ordem mundial. O conhecimento tecnológico é cada  vez  mais  um produto comercial entre os Estados, as empresas e organizações. Não  há  dúvida  de  que,  na atual conjuntura deste mundo  globalizado,  com  rápidas mudanças, esses atores procuram mais eficiência para a proteção do conhecimento por eles produzidos e guardados.

Na atividade de Inteligência, existe uma íntima relação entre a consecução dos objetivos institucionais e os atributos pessoais que norteiam a execução das diferentes tarefas voltadas para o assessoramento da decisão. Fundamentalmente, estão agregados alguns princípios, tais como: da ética, do moral e da segurança.

Os segmentos da segurança têm, entre outros, os objetivos de prevenir os atos de espionagem, sabotagem e a ação de fenômenos naturais que possam causar a divulgação indevida, a destruição ou a adulteração do assunto sigiloso, Hoje sendo esse um dos fatos mais discorridos no mundo com o site wikileaks.

De acordo com Hércules  Rodrigues  de  Oliveira (2009), Estados  ou  empresas  buscarão adquirir o conhecimento de que necessitam onde quer que ele seja produzido, comprando-o ou roubando-o.

Seguindo esse raciocínio e longe das ficções dos cinemas, o Brasil tem se destacado em áreas estratégicas (aeroespacial, biotecnologia, matrizes energéticas, Tecnologia da Informação e biodiversidade), o que lhe dá vantagens competitivas no cenário internacional e torna o País, provavelmente, alvo de ações hostis como: a espionagem; a sabotagem; e a biopirataria.

A todo o momento a mídia noticia casos de espionagem e sabotagem. Assim, torna-se interessante saber que o ato de sabotagem pode variar desde uma pequena ação individual até uma de grande porte, integrando um plano de caráter estratégico. Pode ser ainda um ato deliberado para destruir idéias e/ou a reputação de organizações e de pessoas, praticado por motivos variados.

A espionagem utiliza práticas ilegais para acessar dados, informações e conhecimentos. Porém, cabe ressaltar que em torno de 90% do que se precisa pode ser coletado na Internet, em documentos públicos ou em entrevistas.

Os planos de sabotagem valem-se da espionagem para obter e atualizar dados, assim como para desenvolver procedimentos inerentes ao recrutamento de agentes para a sabotagem, que pode ser executado por elementos orgânicos ou não. Procura-se apresentar características de um acidente.

Um dos mais conhecidos exemplos de captação de dados é o sistema Echelon. Acredita-se que a NSA com a cooperação das agências equivalente nos Reino Unido (Government Communications Headquarters), Canadá (Communications Security Establishment), Austrália (Defence Signals Directorate) e Nova Zelandia (Government Communications Security Bureau), sejam os responsáveis pelo Sistema. Suspeita-se, que façam interceptacao das transmissões telefônicas, de fax e até tráfico de dados da Internet, com o objetivo de procurar ameaças à segurança mundial.

Divulgou-se na mídia que nas "High School" americanas (segundo grau no Brasil) foi implantada uma nova grade curricular, contemplando  matérias  como terrorismo, cibercrime e armas nucleares, além  do  currículo  tradicional.

Um exemplo citado nessa reportagem é de uma escola que oferece um curso de segurança interna de quatro anos, onde uma nova palavra foi incluída no vocabulário atual do curso: o agroterrorismo. Também, nesse sentido, foi criado pela Presidência da República o Núcleo do Centro de Coordenação das Atividades de Prevenção e Combate ao Terrorismo.

Hoje muitas pessoas conhecem o que significa engenharia social ou já ouviram falar dela. A Internet define como práticas utilizadas para obter acesso a informações importantes ou sigilosas em organizações ou sistemas por meio da enganação ou exploração da confiança das pessoas. Para isso, o golpista pode se passar por outra pessoa, assumir outra personalidade, fingir que é um profissional de determinada área, etc. Explora as falhas de segurança das próprias pessoas que, quando não treinadas para esses ataques, podem ser facilmente manipuladas.

Dessa forma, a ABIN procurar sensibilizar para a proteção de conhecimentos sensíveis, por intermédio do Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento (PNPC), em parceria com instituições nacionais, públicas e privadas, que geram e detêm conhecimentos sensíveis e realizam serviços essenciais para o desenvolvimento socioeconômico do País.
O PNPC prevê, entre outras atividades, a sensibilização de pessoas, a elaboração de diagnósticos e a normatização de procedimentos de proteção direcionadas para áreas e instalações, documentos e materiais, pessoas e sistemas de informação.

Nos casos mais simples, ou seja, para empresas que não desenvolvem projetos estratégicos, é o caso de implementar um programa de conscientização, que poderá ser composto de: programa educacional; plano de segurança orgânica; plano de contingências; plano de controle de danos; programa de treinamento continuado; e auditorias e visitas técnicas.

A grande vantagem de um programa de conscientização é que não visa somente à implantação de medidas de segurança. Busca, primordialmente, a criação de uma mentalidade e do comprometimento de todos.

Tudo tem início com uma auto-avaliação das condições de segurança na organização ou empresa, levantando ameaças e deficiências que afetem negativamente os recursos humanos, às informações, os materiais e as áreas e instalações. Tudo baseado na legislação em vigor.

Para a elaboração do plano de contingência são necessários que sejam levantados alguns itens básicos, tais como: quais são os sistemas críticos que garantem a continuidade do negócio da organização ou empresa; análise de risco e impacto na missão ou nos negócios; e homologação dos sistemas críticos por parte dos líderes ou executivos da organização ou empresa.

O objetivo do plano é tomar as providências imediatas, executando as medidas de recuperação dos sistemas corporativos, considerando o tempo de paralisação previsto para o restabelecimento da atividade, definidos no planejamento.
Finalmente, ao tratar das atividades de CI vale ressaltar a importância, em qualquer situação, das ações contra a propaganda adversa e a desinformação.

Trabalhar com atividades de inteligência e trabalhar com conhecimento.

3. CONCLUSĂO
A atividade de Inteligência é um fato consumado. É um campo que cresce dia a dia com a necessidade de diminuir as incertezas e melhorar a projeção das organizações ou empresas no futuro. Sem conhecimentos pertinentes e confiáveis, dificilmente será feito um planejamento estratégico que permita alcançar os objetivos estabelecidos.

O processo de globalização provocou significativas mudanças no relacionamento entre as organizações. Não há, provavelmente, mais lugar para métodos tradicionais que não evoluíram com a eficiência e eficácia exigida pela interligação das conjunturas interna e externa, promovendo ampla conectividade e compartilhamento de dados, informações e conhecimentos.

Diante de novas demandas sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e militares e de situações cada vez mais complexas, as empresas e organizações devem valer-se de profissionais competentes de Inteligência e de novos métodos, técnicas e ferramentas que auxiliem a produção do conhecimento de Inteligência.

Há uma imensa "massa de informações" com a qual o profissional de Inteligência tem que lidar no seu trabalho, seja na produção ou na proteção dos conhecimentos. Certamente, viola o princípio constitucional da eficiência (art. 37, caput, CF) quando trabalham com esse "material" sem conhecimento técnico e experiência, acarretando grande desperdício de recursos humanos, materiais e financeiros.

Segundo especialistas, não há dúvida de que o mundo vai oferecer muitas oportunidades estratégicas ao Brasil nos próximos anos. A única incerteza é saber se saberemos aproveitá-las. Para isso, existe a necessidade da ação de líderes para iniciar as mudanças que farão a sua organização ou empresa ter maior representatividade e perspectivas em um ambiente cada vez mais competitivo. As mudanças precisam agregar valor, fazer a diferença, caso contrário, serão somente novidades.
O pessoal precisa saber contra o que se proteger, quais são as ameaças e o que fazer, quais são os controles e medidas a serem empregadas. Para isso é importante estabelecer diretrizes, normas e procedimentos compreensíveis e executáveis, baseados em uma auto-avaliação real e objetiva.

Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para abordar assuntos relativos à segurança. As ameaças e os riscos devem ser abordados e a comunicação bilateral estimulada, pois como normalmente se diz o fato do problema não ser do conhecimento de todos, não significa que não exista.

Assim, há a necessidade, antes de tudo, de executar um programa que eduque os integrantes de uma organização ou empresa. Que simplesmente não só sugira medidas de segurança, mas que mude a mentalidade da corporação, pois a segurança não depende apenas da tecnologia, mas, talvez, muito mais das pessoas.  Do comprometimento de todos. Para isso é imprescindível a seleção e o constante treinamento do pessoal. Mais do que nunca, hoje a segurança é um fator estratégico.

O segredo para resultados imediatos está na conscientização, no treinamento e na educação, pois produzir um conhecimento de Inteligência e implementar medidas de segurança é uma questão, principalmente, de atitude.

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