sábado, 2 de fevereiro de 2013

Quando privatizamos os presídios estamos fazendo o crime compensar?


Quando privatizamos os presídios estamos fazendo o crime compensar?

O aumento expressivo da massa carcerária em nada diminuiu os índices da criminalidade, mas agora pode representar um negócio altamente lucrativo para alguns, o encarceramento privado.

Vendido como o padrão inglês, de grande eficiência e alta tecnologia, a penitenciária mineira de Ribeirão das Neves inaugura este equívoco institucional.

O Estado não vai deixar de pagar para custear os presos. Os empresários é que vão passar a ganhar com as prisões, em valor por condenado –um estímulo e tanto para que elas continuem sempre crescendo.

O que está em questão não é apenas o esvaziamento do Estado em uma de suas mais importantes funções, mas também a ideia desvirtuada de que o crime compensa, ainda que para o carcereiro melhor dizendo o grupo gestor da empresa carcerária.

Não podemos criar um mercado que dependa das prisões, sob pena de acabarmos nós mesmos na dependência delas.

Que faremos em sequência, contrataremos mercenários para garantir as fronteiras?

Presos não são objetos contratuais, mas sujeitos de direitos, pessoas das quais estão pagando por um crime definido por lei, que em sua grande maioria não são tratados como seres humanos e sim como lixo e escoria da sociedade, não há porque supor que eles serão mais respeitados pelo mercado sendo tratados como mercadoria, moeda de troca ou novos escravos sociais, ainda que se preserve direitos trabalhistas.

Há limites aos quais não se deve ultrapassar, sob pena de se perder por completo a noção de Estado, como já se abala com a progressiva privatização dos serviços de segurança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário