O DÍZIMO SEGUNDO O EVANGELHO DE
CRISTO
No Evangelho de Cristo Ele nos
ensina fazer caridade, nos ensina a orar, a jejuar (Mateus 6.1-18), e uma
infinidade de outros ensinamentos, porém nas duas únicas vezes que Ele
referiu-se aos dízimos, foi com censura. Vejamos:
Mateus 23.23 – Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que dizimais a
hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a
misericórdia e a fé;deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir
aquelas.
Alguém poderá considerar que
Jesus ordenou que se dizimássemos, porque Ele disse: Deveis fazer estas
coisas. Vamos buscar o entendimento espiritual na palavra do Mestre:
Jesus era um judeu, nascido sob a
lei (Gálatas 4.4).Portanto, viveu Jesus na lei, reconheceu-a, e disse
dessa forma, pela responsabilidade de cumprir a lei. Vejamos:
Mateus 5.17,18: Disse Jesus: Não
cuideis que vim abolir a lei e os profetas, mas vim para cumpri-la, e, nem um
jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.
E
verdadeiramente o Senhor cumpriu a lei, visto que foi circuncidado
aos oito dias, foi apresentado na sinagoga (Lucas 2. 21-24), assumiu o seu
sacerdócio aos trinta anos (Lucas 3.23, Números 4.43, 47), curou o
leproso e depois o mandou apresentar ao Sacerdote a oferta que Moisés ordenou
(Mateus 8.4, Levíticos 14.1...), e cumpriu outras formalidades cerimoniais da
lei.
Porém, quando Cristo rendeu o seu
Espírito a Deus (Mateus 27.50,51), o véu do templo rasgou-se de alto a
baixo, então passamos a viver pela graça do Senhor Jesus,
encerrando-se ali, toda ordenança da lei de Moisés, sendo abolido o
Antigo e introduzido o Novo Testamento, o Evangelho da graça e salvação.
O que precisamos entender de vez
por todas que Cristo não veio a ensinar os Judeus a aperfeiçoar a Velha
Aliança, Ele disse: Um novo mandamento vos dou (João 13.34), e se a
justiça provem da Antiga lei, segue-se que Cristo morreu debalde (Gálatas 2.21).
Em Mateus 5.20 disse Jesus: Se a
vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis
no Reino dos céus.
Observem que o Senhor Jesus
Cristo mandou justamente os escribas e fariseus (os quais o Senhor sempre os
tratava por hipócritas, falsos) que cumprissem a lei de Moisés, lei
que ordena o pagamento do dízimo. Nós porém, para herdarmos o
reino dos céus, não podemos de forma alguma voltar no ritual da lei Mosaica
como faziam os escribas e fariseus, com hipocrisia, mas precisamos
exceder essa lei, a qual foi por Cristo abolida. A Graça do Senhor
Jesus excede a lei de Moisés e todo entendimento humano.
A Segunda vez que o Senhor Jesus referiu-se ao dízimo, foi na Parábola do
Fariseu e do Publicano (Lucas 18.9-14) e outra vez censurou os dizimistas.
Tomou como exemplo um homem religioso, que jejuava duas vezes por
semana e dizia ser dizimista fiel, porém, exaltava a si mesmo
e humilhava um pecador que suplicava a misericórdia do Senhor.
Hoje não é diferente, muitos
ainda exaltam-se dizendo: “Eu sou dizimista fiel”, mas nesta narrativa
alegórica, o Senhor Jesus Cristo exemplificou que no Evangelho não há
galardão para os dizimistas fieis, ao contrário, Jesus sempre os censurou.
Lucas 18:9-14 E disse também esta
parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e
desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um,
fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta
maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de
tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem
ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem
misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:9-14