segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rebelião na Fundação Casa deixa feridos

Dois internos foram levados para a UBDS do bairro Vila Virgínia; clique para ver mais fotos

Doze pessoas ficaram feridas em uma rebelião neste domingo (28), em dois dos 12 módulos da Fundação Casa (ex-Febem), em Ribeirão Preto. Entre eles, seis agentes de segurança e seis internos.

Familiares faziam visita quando 34 adolescentes se rebelaram, às 10h30. O motim só terminou depois que o último dos seis agentes reféns foi liberado, após longa negociação com corregedores da fundação e com o diretor regional da instituição, Roberto Damásio. Segundo Damásio, os jovens reclamam de maus-tratos, motivo que teria dado início à rebelião.

Os familiares que presenciaram o início do motim foram saindo durante a tarde, mas afirmaram que não eram reféns. "As mães que ainda estão lá, os parentes, estão para proteger os meninos, para eles não apanharem ainda mais. Não são reféns, saem quando querem", afirmou A.D., irmão de um dos internos.

A trabalhadora rural Sueli Aparecida Cantelli afirma que funcionários da fundação foram violentos contra os adolescentes. "Eu vi. Meu menino sempre reclamou de maus-tratos, mas dessa vez eu vi e fiquei apavorada. E eu sei que eles vão descontar nos meninos depois", disse.

Cerca de 50 familiares que aguardavam notícias do lado de fora tentaram invadir a unidade, mas foram impedidos pela Polícia Militar. Segundo eles, nada era informado. "Isso é falta de respeito. As mães só vêem as ambulâncias saindo", disse um taxista que aguardava notícia do sobrinho.

A dona de casa A.M.P. foi à unidade, na rodovia Mário Donegá, para receber informações de seu filho. "Na hora que fiquei sabendo, corri pra cá. Achei que estivesse acontecendo na unidade em que ele está. E fiquei nessa angústia por muito tempo até que soube que era em outra unidade. Ninguém falava nada", afirmou.

Conforme saíam, familiares relatavam a violência dentro da unidade. "Paus e pedras foram usados e até mesmo a trave da quadra", afirmou uma adolescente que visitava  o marido.

Uma mãe que acompanhou o filho no atendimento médico na UBDS da Vila Virgínia afirma que, durante a rebelião, os agentes "espancaram" os internos com paus e ferros. "Eles bateram na nuca do meu filho. A irmã dele foi pedir socorro, o agente xingou a menina de 12 anos e falou que podia deixá-lo morrer", conta. Segundo ela, o adolescente entrou em convulsão e teve um braço quebrado. Ela também levou uma paulada no joelho.

Fonte: Jornal da Cidade

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