quinta-feira, 16 de junho de 2011

Comprando a liberdade do Ex-Goleiro BRUNO

E-mails comprometem juíza

As denúncias de que a juíza da comarca de Esmeraldas, Maria José Starling, e o advogado Robson Pinheiro, que atuou como defensor do goleiro Bruno Fernandes, teriam cobrado propina de R$ 1,5 milhão para soltar o jogador ganharam ainda mais força ontem. O deputado Durval Ângelo, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, apresentou cópias de e-mails que mostram "conversas" entre a noiva do goleiro, Ingrid Oliveira, que fez a denúncia de extorsão, e a juíza, alvo das denúncias.

Ao contrário do que declarou a defesa da juíza, de que Maria Starling sequer conhece Ingrid, os e-mails apresentados pelo deputado sugerem que a magistrada não só conhecia a noiva de Bruno, como também sugeria ter uma relação de proximidade com Ingrid. Nas mensagens, a magistrada se refere a Ingrid como "filha" e diz estar com saudades. A juíza ainda teria dito que iria ao casamento de Bruno e Ingrid. "São provas cabais do esquema", disse o parlamentar.

Além dos correios eletrônicos, o deputado também apresentou o contrato de prestação de serviços assinado entre um empresário que tinha uma procuração de Bruno e o advogado Robson Pinheiro. No documento, está explícito o pagamento de R$ 1,5 milhão em dinheiro ao advogado em um prazo de até 48 horas após a soltura do jogador.

Ontem, o advogado Cláudio Dalledone, que atualmente defende Bruno, confirmou a suspeita de que o colega de profissão estava envolvido na liberdade negociada do jogador. Ele também sugere o envolvimento da juíza no esquema. Dalledone disse que soube da negociação em fevereiro deste ano e só continuou no caso com a saída do colega.

Um vídeo, feito num hotel do Rio de Janeiro, mostraria Robson Pinheiro detalhando como a soltura irregular de Bruno aconteceria. A noiva do goleiro prometeu revelar as imagens aos deputados amanhã.

O esquema teria envolvido até jogadores de futebol que, sem saberem do plano, chegaram a negociar uma "vaquinha" para juntar o dinheiro para tirar Bruno da prisão. "Robson Pinheiro estava numa reunião com os atletas e viu que o dinheiro sairia com facilidade", afirmou o deputado.

Policial civil teria feito ameaças

A Ouvidoria de Polícia investiga quem seria o homem que se apresentou como policial civil e que teria ameaçado Ingrid Oliveira, há três semanas, a mando dos envolvidos no esquema de extorsão. As intimidações aconteceram após a dentista desistir de levar o plano de soltura de Bruno à frente.

Para o deputado Durval Ângelo, Ingrid foi enganada pelo advogado Robson Pinheiro e pela juíza Maria Starling de que a soltura aconteceria de forma legal, mas quando soube que se tratava de um esquema, ela recusou-se a participar. O homem que fez as ameaças foi identificado apenas como Leandro. (RR)

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