terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dois agentes são libertados, na rebelião em São Luiz do MARANHÃO

Subiu para 12 o número de mortos nas rebeliões que ocorrem desde segunda-feira no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o motim iniciado na manhã desta terça-feira em uma das alas já foi controlado.
No local, um tiroteio foi registrado por volta das 9h30 (8h30 locais) e dois detentos morreram.
Outro preso foi assassinado ontem na mesma ala, mas a polícia tomou conhecimento apenas na manhã desta terça-feira.
Outros nove detentos foram mortos ontem no Presídio São Luís, localizado em outra ala do complexo, onde a rebelião continua.
No Presídio São Luís, os apenados mantinham cinco funcionários reféns desde as 9h de segunda-feira. Dois deles já foram liberados, e as negociações continuam.
A secretaria espera que a rebelião termine no início da tarde de terça-feira(hoje).
Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, César Bombeiro, o tiroteio ocorreu em um pavilhão onde estão alojados 300 presos e teria sido motivado por rivalidade entre facções criminosas.
Os rebelados teriam feito reféns dois detentos de facções rivais e destruído grande parte do prédio, queimado colchões.
Durante o tiroteio, houve correria em frente ao presídio, onde há uma grande concentração de jornalistas e familiares dos presos.
Ontem, o motim no Presídio São Luís deixou pelo menos nove presidiários mortos e um agente penitenciário baleado.
As negociações para rendição dos rebelados foram encerradas por volta das 21h de segunda-feira e retomadas no início da manhã de hoje.
Segundo o Ministério da Justiça, foram enviados 32 homens da Força Nacional para o Maranhão, sendo 31 da tropa de choque e um negociador. Eles chegaram ao Estado na madrugada desta terça-feira, com o objetivo de tentar conter a rebelião.
Até o momento, a polícia confirma nove mortes na rebelião, cujos corpos estão no Instituto Médico Legal. Entretanto, o número de mortes pode ainda ser maior, já que os presos afirmam que dentro do presídio estariam outros corpos.
Segundo a secretaria, os presos renderam o agente penitenciário durante uma revista, tomaram sua arma e iniciaram a rebelião. Baleado na perna e na coluna cervical, o funcionário foi liberado por volta das 11h30 de ontem e encaminhado ao hospital. Seu estado de saúde é estável. Os presos foram assassinados por seus próprios companheiros, sendo que três deles foram decapitados.
As autoridades maranhenses atribuíram o motim ao "estado de tensão permanente" entre facções criminosas, que é alimentado pelo problema de "aglomeração" comum à maioria das prisões brasileiras, segundo a nota do governo do Estado do Maranhão. O presídio, que tem capacidade para abrigar 220 pessoas, é ocupado por 204 apenados, segundo a SSP.


Secom divulga nota sobre rebelião em São Luís

O Governo do Estado acompanha desde o primeiro momento da rebelião, as negociações entre os rebelados e representantes da Secretaria de Segurança, da Secretaria dos Direitos Humanos, do Judiciário e do Ministério Público.

Sabe-se que há um estado de tensão permanente entre facções de presos e que, somou-se a isso, o evento em que um agente penitenciário acabou dominado por um grupo que se apossou de sua arma para dar início à rebelião.

No Maranhão, assim como nos demais Estados, a superlotação dos presídios é uma realidade. Esse problema está sendo enfrentado pelo Governo do Estado com a construção de novas unidades prisionais nas regiões de Imperatriz, Pinheiro e São Luís.

Um comentário:

  1. Irmaozinho e bom saber que tem gente como você preocupado em mostrar a realidade e a vida de agentes penitenciários como nós

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